De acordo com Gilles Lipovetsky, um renomado filósofo francês, o nascimento do luxo se deu mesmo antes da metalurgia, tecelagem e de toda ostentação das realezas, o luxo teria nascido antes da história do luxo. Os caçadores - coletores de paleolíticos não fabricavam bens de alto valor, porém costumavam festejar, admirar seus ornamentos, se enfeitar, comer bastante nas festas e gozar de tempo livre. Não se preocupavam com o amanhã, comendo tudo que tinham, não organizando estoques de comida. Isso demonstra certa irracionalidade dos grupos de caçadores, que se davam ao luxo de ignorarem as condições econômicas que viviam para viver momentos de abundância. Portanto, o luxo não começou com a venda de produtos caros, e sim, com o espírito de dispêndio.
Podemos ver nos dias de hoje que os consumidores continuam ignorando suas condições econômicas em prol da satisfação de seus desejos, o maior exemplo no Brasil é a classe média consumindo cada vez mais produtos de luxo, mesmo tendo que dividir em 5 ou mais vezes no cartão de crédito, as pessoas não deixam de comprar, podendo assim, se destacar na sociedade do consumo.
O comportamento de consumo pode ser explicado pela necessidade de expressar significados mediante a posse de produtos que comunicam à sociedade como o indivíduo se percebe enquanto interage com grupos sociais. Por isso a necessidade dos produtos de luxo serem cada vez mais personalizados, como o novo BlackBerry gold, com opções de personalização que incluem o branco, acabamento de ouro amarelo ou platina com Swarovski, ou modelos de diamantes incrustados que podem ser personalizados com um nome gravado ou logotipo da empresa atrás do aparelho. Isn´t it Lovely?
Imagem: Amosu Couture
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